quarta-feira, 20 de junho de 2012

Aprendiz

Completei um mês aqui em São Paulo ontem, dia 19/06/2012! 

Das coisas que [já] aprendi aqui, nesse tempo, posso citar: (posso porque lembro)

- Sei ir e voltar do mercado sem o gps (quem conhece aqui pode rir em 3, 2, 1...);
- Sei voltar da Av. Paulista sem o gps;
- Sei ir e voltar de Congonhas sem o gps, também;
- É impossível exigir de uma faxineira que faça tudo aquilo que você quer em um dia. Explico: sou eu quem está cuidando da casa (e assim vai continuar sendo até o fim da nossa estadia por aqui) e, detalhista chatinha que sou, percebi que o babado é muito forte. Na nossa casa em Fpolis, onde eu trabalhava fora também, tinha quem fizesse o serviço pesado pra mim. E eu sempre achei ruim que a mulé não fazia nada além do "grosso". Foi mal aí Célia, mas pra limpar cantinhos, frisos, detalhes e chatices... só com alguns bons dias de trabalho, messsssmo!
- Receber visitas dos familiares tem um sabor muito mais especial (e a dor quando eles vão embora é bem maior também);
- Ser do sul pode ser algo... chato. Todo mundo sabe que você é de fora, todo mundo pergunta, ou olha... Temos um colega que ficou feliz em conhecer um descendente de alemães, coisa rara por aqui (alouuuuu SC e RS)!
- São Paulo é muito legal, meu! Adoro as coisas diferentes que encontro por aqui! Mas o mar faz falta, os amigos fazem falta, o Ribeirão da Ilha faz falta... até a estauta da Havan faz falta! :)

Foi um mês bem interessante, cheio de pequenos passos e adaptações, mas sobretudo, um mês feliz no qual nós seis finalmente pudemos ficar juntos! 

Beijocas!

terça-feira, 12 de junho de 2012

Mudança com gatos

Oi para todos! Tudo bem?

Normalmente depois de tanto tempo sem escrever, o certo seria começar me desculpando [por isto]. Mas sei lá, não sou blogueira! Escrevo quando tenho vontade mesmo :) E fico muito feliz que tem gente que ainda lê alguma coisa por aqui! Obrigada!

Muitas mudanças aconteceram de setembro de 2011 até aqui, como é de se imaginar. E a mais recente delas foi a nossa alteração residencial para São Paulo! Acho que cheguei a comentar num post do início do ano passado... É, estou aqui há 3 semanas! Ainda me adaptando, mas tranquila. 

Não sei quantos de vocês já passaram pela experiência de mudança interestadual. E desses, não sei quantos tem animais de estimação para trazer/levar junto. Quem nos conhece (ou quem leu "sobre a autora" do blog) sabe que temos quatro gatos e uma das minhas grandes dificuldades nesse processo todo foi encontrar relatos de pessoas que também tiveram que enfrentar o caminhão de mudanças com animais! Agora quero tentar ajudar quem estiver na mesma situação pela qual já passamos!

(Para que fique BEM claro, não os trouxemos no caminhão!) 

A primeira e cruel dúvida: carro ou avião?

Decidimos pelo carro baseando-nos principalmente no comportamento de nossos gatos. Não é que eles sejam maus meninos, mas são bastante medrosos, nervosos. As idas ao veterinário sempre foram difíceis por causa do desespero deles (sobretudo no carro). E apesar de parecer contraditório, entendemos ser a melhor opção. Imagina esse desespero no aeroporto e, pior, no avião? "Mas Lídia, existe tranquilizante". Existe, mas depois conto mais um pouco sobre isso!

Um outro fator decisório em favor do carro foi o financeiro. Mudar é bastante caro e para transportar de avião custa entre R$90 e R$100 de taxa + o peso do animal x 0,5% da tarifa cheia. Multiplica isso por quatro, considere que um dos nossos gatos pesa 6,2 kg e... o resultado é desanimador! Fora isso, tem regrinhas para as caixas de transporte (tamanho e material da fabricação) e eu já tinha as caixas que, imaginem vocês, não se enquadravam nas necessidades aéreas. Não pelo tamanho (onde o bicho tem que ter espaço para levantar e dar uma volta), mas pela portinha, que precisa ser de metal e ter cadeado. Não era meu caso!

Tirando o financeiro, as empresas as quais pesquisei permitem apenas 2 animais por vôo! E se o animalzinho pesar até 5 kg incluindo a caixa de transporte, ele pode ir com você na cabine. Ou seja, pra nós já era. Nenhum gato nosso pesa abaixo de 3,8 kg e somos uma família de 6 integrantes.

Por fim, eu tinha um imenso nervoso em pensar nos meus bebês num aeroporto, apavorados, perguntando-se "cadê mamãe?" Por mais complicado que fosse trazer de carro, estaríamos nós ali, junto deles.

Ok, então. Decisão tomada, vamos aos procedimentos práticos!

Mesmo para transporte rodoviário é necessária vacinação em dia (anti-rábica), com a carteira de vacinas presente e o atestado de saúde - o mesmo ocorre para o transporte aéreo. As exigências variam, mas a vacina tem que ter ocorrido há mais de 30 dias e menos de 1 ano! O atestado de saúde tem validade de 10 dias!

*E aqui vale uma lembrança: a vacinação também é cara, ainda mais se você tiver mais de um. Mas de forma alguma quero desencorajar alguém a levar consigo seu animalzinho de estimação! Se porventura você não tiver condições de por tudo em dia, de uma só vez, por favor arrisque (no caso do transporte rodoviário, porque no aéreo não existe exceção) e leve-o(os) mesmo assim. A saúde de seu(s) animal(is) é fundamental, mas ele(s) fica bem melhor COM você. JAMAIS abandone um animal. No meu caso, nos preparamos para isso. A vacinação é anual e "casei" as duas coisas.

E também não custa relembrar que é lei que o transporte de animais em veículos automotivos deve acontecer em caixas de transporte ou com uso de cintos específicos pra eles!

Depois da parte chata, o relato de como preparei meus bichanos para a mudança:

O marido tinha data específica para estar em São Paulo, então 3 meses antes de nós ele estava aqui. O fato de ele ter "saído de casa" já provocou um estranhamento nos felinos. Estava faltando alguém! E de repente algumas coisas começaram a ser embaladas e as caixas de transporte surgiram na sala!

Minnie participando de tudo

É, tinha lido que era recomendável uma adaptação com as caixas, para que eles as tivessem como refúgio e não como inimigas (eles sempre as odiaram porque caixas = veterinário). Foi o que fiz! Deixei na sala e logo eles as usavam como cama e como esconderijo para as brincadeiras. Se eu achei que funcionou? Um pouco... 

Minnie e Lilica curiosas

Como fiquei em Fpolis mais tempo (pra organizar mudança, colocar o apê pra alugar, entre outras coisas), acabei passando uns dias na casa dos meus pais, com os quatro! Essa primeira parte da mudança deles foi tranquila, não tive problemas com eles nas caixas! O transporte até lá foi bem legal. E acho que essa adaptação com as caixas teve influência! Acho que pouco funcionou por conta da segunda parte da mudança, que falo depois.

Nikko curtindo a caixa


Para a casa dos meus pais levei o edredom que eles estavam acostumados, a caixa de areia e potes de água e comida que eles já usavam. Foi fundamental para não estranharem tanto o novo local. Foi ótimo!

Como o grande medo deles é estar numa caixa dessas dentro de um carro, conversei com a veterinária e ela me indicou o uso de um spray anti-stress, que é fitoterápico e se chama Stress Away. Usei todos os dias em que estava nos meus pais: borrifava neles, na região da "nuca" e nas caixas de transporte. Depois comecei a usar no carro também e a deixar que brincassem dentro dele (e fora, né, como na foto).

Lilica conhecendo tudo

Raul de boa
No dia em que levei eles pra revacinar, o Nikko me fez saber, com certeza, que a melhor coisa que eu tinha a fazer era transportá-los de carro. O desespero dele foi tão grande no trajeto casa dos meus pais-clínica veterinária que quando chegamos lá, o danado deu uma de Incrível Hulk e estourou a caixa de transporte. Levantou-se com força dentro dela e ela se abriu toda. Imagina se ele faz isso num aeroporto, mededucéu! *Ainda vou contar sobre o tranquilizante.

Após esse episódio, a veterinária deles (que recomendo com força) me sugeriu um ferormônio, um hormônio sintético dos hormônios faciais deles. Funciona assim: você borrifa o trem no lugar do stress. Como ele imita os hormônios de demarcação de território dos bichinhos, os gatos se sentem "em casa". Levei, né? Comprei tudo que podia, porque queria evitar com força o tranquilizante. E depois do episódio do Hulk, o que acalmou meu bebezão foi o dito aí de cima. Chama Feliway, pra quem tiver interesse.

MAS COMPREI TAMBÉM O TRANQUILIZANTE, por garantia.

Nossa viagem até SP foi um desastre. Mesmo com toda essa preparação... desespero nível máximo dos bichanos. Na primeira hora de viagem o Raul já tinha feito cocô na caixa - puro medo - e o Nikko já estava com nariz e unhas sangrando por tentar fugir da caixa (fraldas ou tapetes higiênicos nas caixas são itens obrigatórios). Graças a Deus a minha sogra tem uma casa bem próximo de onde estávamos e foi lá que paramos. Administramos o tranquilizante que a veterinária receitou e uns minutinhos depois tínhamos 4 gatos acalmados.

POR QUE NÃO FIZEMOS ISSO ANTES? Nem sei dizer. Tinha lido várias coisas sobre o tranquilizante, sobretudo se o animal nunca tivesse feito uso (efeitos colaterais ruins). Mas com os meus não teve outro jeito. Eu tava esperançosa com as outras possibilidades, com todo nosso treinamento.... mas não deu. E foi melhor pra eles. As duas gatas vieram dormindo quase 100% do tempo após o remedinho, o Raul se acalmou bem, apesar de ainda assim tentar fugir um pouquinho e miar bastantinho... e o Nikko.... o Nikko é outra história.

É ele que tem 6,2 kg. E administramos a dose mínima do calmante. Acreditamos que a gordura dele  e o nível de desespero influenciaram a ação do medicamento. Ele veio 80% do tempo, mesmo grooooooogue que não se aguentava, miando, tentando fugir e bravo, muito bravo. Pensem num gato grogue e bravo. Se não fosse trágico, seria engraçado. Ó o que ele fez com a fralda que estava na caixa dele:

Picadinho de fralda
Ele vinha mordendo e arrancando pedacinhos da fralda. Xingando. Resmungando. Tentando fugir. Coitadinho. No dia seguinte, parecia ter feito plástica de nariz. Ficou muito deformado. E passado o inchaço, o resultado do dodói do nariz depois de 2 semanas:

Cracas que ainda estão sarando
Não preciso dizer que eu vim chorando boa parte do percurso. Foi um stress horroroso porque a toda hora eu achava que tinha algo errado (chorava porque estavam desesperados e chorava quando tinha silêncio, porque "podiam ter morrido"). A viagem demorou muito, porque tivemos que parar para o calmante (não readministramos, foi uma vez só), paramos por causa de acidentes... levamos 11 horas de Fpolis a SP. Mas graças a Deus eles estão ótimos e super bem adaptados aqui! Foi só a questão do transporte mesmo. Teria sido mais fácil de avião? Essa deixo pra vocês!

Em resumo: dá pra trazer de carro, mas precisa de programação. E mesmo assim... eles é quem vão ditar o  que você deve fazer! 

Beijos e abraços!