domingo, 28 de abril de 2013

Como vai, amiguinha?

Tem vezes que algumas coisas nos falam alto, nos acendem, gritam conosco e de tanto incomodar, acabam saindo para algum lugar: para um pedaço de papel, uma conversa ou para um blog despretensioso.

A palavra felicidade tem feito isso comigo. Me fez pensar em seu signifacado, nas interferências que sofre, na sua potencial efemeridade e, claro, naqueles que estão sempre a sua busca: nós (adianto que  não concluí muita coisa, então... se quiser parar por aqui, vou entender)! 

Tudo começou semana passada, quando uma amiga muito bem-humorada (ou feliz?) começou a me acordar todos os dias com músicas da nossa infância sobre amizade, devidamente retratadas por muitos bonequinhos engraçadinhos contidos no teclado emoji do celular. "Como vai amiguinha, como vai? A nossa amizade nunca sai! Faremos o possível para sermos bons amigos, como vai amiguinha, como vai?!?", ou então "se você está feliz bata palmas (tcha tcha tcha), se você está feliz bata palmas (tcha tcha tcha), se você está feliz deve mostrar a toda gente, se você está feliz bata palmas (tcha tcha tcha)!!" fazem parte do seu repertório dela. E eu parei pra me perguntar: estou feliz? Vou bater palmas e contar a toda gente?

Dessa problemática surgiu o primeiro e óbvio questionamento (com seus derivados): o que é estar feliz? A gente fica feliz? Ou é feliz? Sente felicidade, assim como sente outras coisas? Ou felicidade é um estilo de vida (apesar de ter meus problemas, sou uma pessoa feliz)? Ou então um destino, um algo pelo qual lutamos? A felicidade depende do que? Ela pode ser constante? Ser, estar... verbos complicados quando se trata de felicidade. Sempre entendi felicidade como um estilo de vida, sempre me declarei alguém feliz. Alguém que teve bons e maus momentos, mas que sempre olhou pra vida e disse "heeeeey, eu gosto de você!" Não deixei de gostar da vida, mas também não sentia mais aquela felicidade toda.

Felicidade, onde está você, minha filha? Foi isso que me incomodou de verdade. Onde está a pessoa que levantava cedo (apesar do mau humor inicial) animada para o novo dia? Onde está a pessoa que ama fazer os outros rirem? Que dançava sozinha em casa (ou com o marido a qualquer hora)? Onde está a pessoa relaxada (de despreocupada) que até curtia um congestionamento pra poder ouvir música por mais tempo? A pessoa criativa das cartinhas animadas para todos? A otimista? Perdi a felicidade ou a alegria? O que é alegria? Geeeeeente!

Fui ver o que o oráculo (a.k.a. google) me dizia e ajudou um pouco. A felicidade seria um estado durável de plenitude e satisfação que é fortemente influenciada pelo sofrimento e pela inquietude. A felicidade também seria a responsável pela tal alegria, pelo júbilo. Por sua vez, a dona alegria seria relacionada ao prazer, à aceitação e ao conformismo, de modo geral.

Ok. Entendi. Ando sofrendo mesmo (em diversas escalas) e a inquietude faz parte dessa fase em que estamos vivenciando - são muitos planos e possibilidades, onde o presente fica pouco evidente. Já sei o porque de me encontrar assim, "sem felicidade". Mas não quero isso, não aceito isso! Essa não sou eu!

Peguei as musiquinhas da minha amiga para relembrar quem eu sou. Pra entender o que anda acontecendo. Pra lembrar que lá dentro de mim existe alguém muito animado, que canta musiquinhas, faz dancinhas e ri de tudo. E pra lembrar que sim, eu sou feliz!