segunda-feira, 8 de junho de 2015

Da minha barriga para o meu coração

Todo nascimento tem sua história e eu vim contar um pouquinho do meu nascimento como mãe. Prometo que é rapidinho e também prometo que é cheio de clichês :)

Fiquei procurando palavras para registrar aqui durante a gravidez inteira, pensando no que exatamente eu queria deixar registrado, já que inundei as redes sociais com fotos e fatos engraçadinhos e ainda não tinha feito menção no meu bloguinho. E acaba que eu tinha que falar dela, da barriga. Da nossa relação.

O texto abaixo escrevi no dia 02/06/2015, no dia que a Bruna nasceu e eu nem fazia idéia de que isso ia acontecer (ela podia vir até 10/06). Por volta do meio dia do dia 2 perdi o tampão mucoso (do colo do útero, para os desavisados), mas isso podia significar duas coisas: ou era logo, ou não era. Tive um dia bem normal e ativo e umas 17h comecei a escrever:


"Tô me despedindo da minha barriga. Foram nossos melhores 9 meses juntas e por mais sites de gestação e afins que você leia, você sempre vai encontrar alguém triste porque vai perder a companheira. 

Aquela que você projetou pra fora nos primeiros meses, porque ninguém te respeitava na fila preferencial; aquela que te permitiu atravessar ruas movimentadas com mais facilidade (embora nunca tenha visto ninguém atravessar ruas arrastando a barriga no chão, os motoristas se compadecem das barrigudas e são capazes de saltarem dos seus carros pra avisar que tem uma grávida cruzando a faixa de pedestres); aquela que, muito provavelmente, pela primeira vez não causou embaraço por estar escapando por cima da calça e por baixo das blusas. Sim, minha barriga está indo embora.

Aquela que virou pia de água benta (todo mundo põe a mão, é algo meio santo) e que motivou lindos sorrisos nas pessoas; aquela que aproximou estranhos e motivou as mais diversas perguntas (tô até hoje querendo entender porquê é tão importante pros outros saberem qual vai ser a via de parto do seu bebê); a protagonista de singelezas e de inúmeras fotos, a minha bomba-relógio (quando me encontram por aí com 38 semanas e 5 dias a reação é sempre uma: "o que estás fazendo ainda na rua?!?!")... ela vai me deixar.

Eu que achava que tinha feito algumas loucuras na vida - casei duas vezes, beijei um leão vivo e acordado, morei em SP, trabalhei em Palhoça - nem imaginei que a maior delas seria ter uma grande barriga! Foram meses de cuidado, dedicação e planejamento; de sonho, de medo, de incertezas (e de certezas também); 9 meses de cultivo, de exames (muitos) e de... amor!

E agora já consigo ouvir vocês aí do outro lado me assoprando que vou perder a barriga porque, óbvio, terei meu bebê em meus braços, que vai valer a pena, que vai ser muito melhor que ter uma barriga. Nunca nenhuma outra parte do meu corpo teve um caráter motivacional tão forte quanto a minha barriga! Foi mágico! Thanks, sweet belly of mine!

Pode vir meu amor, meu amorzinho! Se amo tanto essa barriga é porque você tá aí dentro!"

***

E eu queria dizer pra vocês que EXATAMENTE quando terminei o texto a bolsa rompeu.

Hoje eu choro (de muita emoção) a cada vez que lembro disso, porque eu estava muito ansiosa pelo que ia viver e com muito medo das mudanças. Hoje eu só quero dizer que ela é a melhor parte de mim, que eu não sei parar de olhá-la e que com 6 dias de vida, já não existo sem ela! Te amo muito, meu amorzinho!